Portugal compete hoje com os maiores e melhores produtores de vinho do mundo como França, Itália, Chile, Austrália, Espanha ou Estados Unidos nas grandes feiras internacionais e o reconhecimento alcançado, brindado com todos os prémios, só nos tornam cada vez mais orgulhosos. Fomos às caves, percorremos as vindimas e conversámos à sombra com quem sabe em busca da resposta: O que torna o nosso vinho tão especial?
Para responder a esta pergunta primeiro há que recuar mais de 4 mil anos de história e encontrar em Portugal algumas das castas mais antigas do mundo, que foram amadurecendo, cruzando, crescendo e transformando-se ao longo do tempo com todas as tradições recebidas por todos os que por aqui passaram: Tartessos, Fenícios, Gregos, Romanos, Visigodos, Árabes, Franceses, Ingleses.
Portugal tem hoje mais de 300 castas nativas, permitindo a produção de vinhos com personalidades muito diferentes, razão pela qual o The Oxford Companion Wine define-nos como um “tesouro de castas locais”.
O Alentejo é uma das maiores regiões vinícolas, com cerca de 22.000 hectares, correspondendo a dez por cento do total de vinha de Portugal. As muitas horas de sol e as temperaturas muito elevadas no Verão permitem a maturação perfeita das uvas.
Na década de 80 do século XX, resultado dos diversos investimentos, modernização e qualificação da produção, surgimento e colaboração de novos produtores e cooperativas, foi definida a demarcação oficial da região e reconhecidos internacionalmente do vinhos alentejanos.
Nos vinhos alentejanos pontuam as castas Trincadeira, Aragonez e Alicante Bouschet, resultando em tintos encorpados, ricos em taninos e aromas a frutos silvestres. As castas brancas são, por exemplo, a Antão Vaz e a Arinto, resultando em vinhos brancos geralmente suaves, com aromas a frutos tropicais.
Apresenta também uma elevada produção de Vinho Regional, que permite a inclusão de outras castas, como Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Syrah ou Chardonnay.
Como provar o vinho?
Deixamos aqui os 4 passos principais para descobrir os melhores vinhos Alentejanos!
1. Olhar
Observe o vinho, utilizando uma luz razoavelmente boa, contra uma superfície branca. Deverá observar então a cor, a limpidez e efervescência.
No que toca à efervescência, tirando o caso dos vinhos em que a presença de gás é provocada e intencional – vinhos Verdes e vinhos Espumantes – a existência de bolhas em vinhos é um muito mau sinal indicativo de uma indesejável refermentação e maus aromas.
2. Agitar
Agite o copo com um cuidadoso movimento circular, de modo a permitir a libertação dos aromas. Quando parar a agitação veja se existem lágrimas a escorrer pelas paredes do copo (podem dar uma indicação sobre o teor de álcool e açúcar do vinho).
3. Aroma
Agite novamente o copo, aproxime o nariz e inspire profundamente. Tente encontrar no conjunto de aromas alguns que sejam familiares.
Os aromas dos vinhos são normalmente classificados por analogia com outros odores naturais. Assim, fala-se de aroma frutado ou floral quando faz lembrar o aroma de frutas ou flores; animal quando lembra a carne ou o couro. O primeiro passo na identificação do aroma é a identificação do grupo a que pertence.
4. Provar
Coloque na boca uma quantidade razoável de vinho (sem ser demasiada).
Role o vinho suavemente na boca, de forma a atingir as papilas gustativas de forma uniforme.
Defina o sabor do vinho. Inspire pela boca, fazendo o ar atravessar o vinho e expire pelo nariz.
Os aromas detetados desta forma constituem o aroma de boca.
Ao conjunto das sensações detetadas na boca e por via retronasal, no nariz, chama-se paladar.